Estou de volta...
Nossa, como é difícil retornar à rotina depois de uma viagem, de uma mudança total de ares!
Bom, a viagem trouxe muitas emoções, boas e ruins. Vamos então aos fatos mais marcantes.
O Encontro de Estudantes
Como disse antes aqui, fui de ônibus com o pessoal da delegação para o Encontro de Estudantes. É que eu achei que essa coisa de Congresso era mais organizada e que eu poderia aproveitar melhor a programação. Errado! Demoramos mais de 13 horas para chegar em Recife. Para piorar tudo, quando chegamos lá as pessoas estavam sendo acomodadas em uma quadra coberta, e fomos informados que os estudantes seriam acomodados em salas-de-aula, divididas por delegação, o que dá um pouco mais de conforto (por conta do ar-condicionado) e privacidade. Na hora em que vimos aquilo, eu e as duas garotas que foram comigo, ficamos chocados.
Eu iria desde o início ficar na casa de um amigo que mora lá. Não havia pedido para as meninas ficarem lá também porque ele divide apartamento com mais duas meninas e achei que ir como convidado e ainda levar mais duas pessoas seria um pouco de abuso. Mas não teve jeito! Liguei para ele e expliquei a situação. Ele na mesma hora disse que não tinha problema e fomos para lá.
Coisa arrumadas, todos nós estávamos acomodados, era hora de sair. Meu amigo que mora lá nos disse que não tinha perigo irmos até a parada para sairmos de ônibus. Detalhe: Antes de viajar, três pessoas diferentes me disseram para tomar muito cuidado em Recife, pois lá é muito perigoso. Eis que fomos nós 4, eu, as 2 meninas e meu amigo para a parada. Estava chovendo um pouco. Eram 7 horas da noite. Do nada aparecem 2 sujeitos de bicicleta e anunciam um assalto. Um deles parou bem na minha frente e eu vi quando ele marcou o que parecia ser um revólver por baixo da camisa. Deus do céu! Que sensação horrível! Eu não conseguia acreditar que poucas horas após termos chegado àquela cidade, estávamos sendo vítimas de um assalto! Os caras levaram o celular do meu amigo e dez reais que uma das meninas deu para eles. E saíram em disparada. Voltamos para casa do meu amigo muito nervosos e as meninas decidiram voltar para o alojamento na faculdade. Elas não queriam ficar se deslocando dentro da cidade e estando lá, mesmo com as condições ruins, seria melhor do que ficar se deslocando de ônibus para ir aos passeios.
Acabou que eu não participei de NENHUM passeio, nem palestra. Foi uma grande besteira ter ido com o pessoal do Encontro, pois eu não os encontrei mais. rs
Impressões sobre a cidade e as pessoas
Achei Recife grande, maior que Fortaleza. As avenidas são largas. Quase todas tem mais de 3 ou 4 faixas. Os bairros tem nomes curiosos como Afogados, Aflitos e Derby, por exemplo (esse último me lembrou a marca de cigarro, rs). O clima lá estava muito abafado. Choveu muito e quando não estava chovendo, estava prestes a começar. rs
As pessoas foram educadas. As poucas com quem tive contato foram ótimas. Teve uma senhora, professora da Universidade que estava sediando o encontro de estudantes que se sensibilizou com a situação do pessoal que ia ter que ficar na quadra e se ofereceu pra nos deixar na casa do meu amigo. Caiu do céu!
Observei que lá tem muitos negros, meu amigo me disse que são a maioria da população. Eu não sabia disso.
O sotaque dos pernambucanos é interessante. Sou encantado por sotaques e pela variedade enorme que temos em nosso país. Eles tem o “t” e o “d” característicos dos nordestinos (alguns nordestinos, pois em Fortaleza não usamos, =P) e ao mesmo tempo eles chiam nos “s” produzidos em meio de frases. As pessoas falam que os cearenses cantam quando falam. Eu defendo a idéia de que todos cantamos, a música é que é diferente. Uma menina que mora com meu amigo brincou um pouco, imitando o meu sotaque. Achei um barato!
Tirando os bandidos que nos assaltaram, os pernambucanos são gente boa! rs
A boite
Tive a oportunidade de conhecer a boite Metrópole. Fui no sábado e na segunda-feira (aniversário da boite). Vou me concentrar na descrição da última noite.
Como era aniversário da boite, todos que trabalham lá estavam vestidos a rigor (os homens de smoking e as mulheres de longo). Cheguei cedo e pude conferir tudo. A boite tem 3 andares: no andar térreo é onde fica a pista de dança, no primeiro tem um ambiente que toca de tudo e o último é ao ar livre, pra galera que quiser descansar um pouco da agitação.
Caramba, eu nunca tinha visto uma pista de dança bombar daquela forma! Tava completamente lotada e a DJ (era uma mulher) tocava uma música mais enlouquecedora que a outra. Tinha uma mistura de ritmos tão massa! Eu, que sou leigo no assunto música eletrônica, só sei que era de fazer qualquer um pirar! Eu sou meio suspeito pq ADORO um batidão, então aquilo lá pra mim foi A FESTA!
Tinha muita gente bonita e interessante, inclusive alguns casais héteros. A noite era mesmo uma boa pedida pra qualquer pessoa que estivesse atrás de uma boa farra!
The sweetest thing ever!
Não posso deixar de falar de uma experiência muito bonita que vivi nessa viagem.
No primeiro dia que fui à boite (sábado), bebi um pouquinho e me soltei mais. Tal hora estava eu na pista de dança, louquinho, rodando ao redor de uma barra enorme de ferro ao melhor estilo stripper (rs) quando paro um pouco pra descansar. Parei de frente com um carinha. Um pouco mais baixo que eu, ele tava parado só observando o movimento na pista. Nos olhamos e eu fiquei encostado na barra de ferro estático, ofegante pelos movimentos que acabara de fazer e hipnotizado por ele também. Não demorou muito e eu estendi minha mão, a qual ele pegou. Então o puxei até mim e perguntei o nome dele. Pude ver melhor o quanto ele era lindo. Ele apontou para o ouvido e fez um gesto negativo, de que não tinha ouvido. Saímos então para um hall menos barulhento e eu repeti a pergunta. Foi então que ele repetiu o gesto indicando que não ouvia e que também não falava. Foi então que percebi que ele era surdo-mudo.
Sempre tive curiosidade pelo mundo dos que não ouvem. Como não sei LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) eu falava de forma bem explicada e ele entendia por leitura labial, e vice-versa. Trocamos algumas informações, mas eu, que já tava louco pra beijá-lo, fiquei ainda mais quando tive que prestar atenção naquela boca linda, enquanto ele me dizia o nome e a idade.
Então o puxei de volta pra pista de dança, onde estava mais escurinho e o beijo aconteceu... envolto em um abraço tão carinhoso, tão demorado, que por mim jamais teria terminado. Ficamos juntos a noite inteira, grudados. Para comunicação, ora escrevíamos mensagens no celular, ora sinais que eu mesmo inventava para conseguir me fazer entender... rs Aprendi tanta coisa...
Nos vimos todos os dias da minha estadia lá.
Fomos à praia de Boa Viagem. Ele me mostrou a barraca que é o point GLS. Trocamos alguns carinhos tímidos e um selinho e fomos embora. Não tinha muita gente. Eu fiquei um pouco tímido.
Voltamos à boite no dia do aniversário dela. Aconteceu um negócio muito engraçado lá. Ele demonstrou sentir ciúmes de mim! Quando meus amigos me abraçavam, eufóricos pela música e pela bebida, ele ficava me puxando e fazendo cara feia. Daí um deles disse: Ele era meu amigo, ANTES de te conhecer! E eu no meio disso tudo, todo errado...
Outra coisa, ele não queria que eu dançasse! Eu disse pra ele em forma de gestos: EU AMO DANÇAR!!! E ele fazia cara de insatisfeito e de vez em quando me puxava para ele e ficava me abraçando e beijando.
Foi um pouco chato, mas eu acho que consegui dividir as atenções entre meus amigos e ele. Enquanto eu tava dançando, teve um momento em que olhei para ele e ele tava me olhando. Senti um pouco de tristeza em imaginar que ele não estava ouvindo aquela música que tocava e que me trazia aquela sensação tão boa. Achei que não era justo. Não conseguiria me imaginar sem música. Nossa, como eu gosto de ouvir música, de deixar a música me levar, de fechar os olhos e ficar sentindo a vibração pelo corpo... é incrível. É triste que algumas pessoas não possam sentir isso.
Ele era tão carinhoso. Nossa, que sorriso lindo! A química foi absurdamente boa...
Dormimos juntos no último dia, antes da minha volta... foi muito bom!
Aprendi o gesto para a palavra saudade... (a mão fechada com movimentos circulares em frente ao peito)...
A volta pra casa
Retornei na quarta-feira de manhã bem cedinho. O vôo estava marcado para as 7 horas. Acordei às 5:40. O táxi chegou às 6:10 em ponto. Despedi-me do meu amigo. Cheguei no aeroporto. O check-in não demorou. Meia hora de atraso e o vôo partiu. Senti medo, pois era a primeira vez em que voava. O sentimento se misturou ao fascínio causado pela vista. Sobrevoamos a praia de Boa Viagem. Como é linda vista lá do alto! Recife ficou para trás. Liguei o MP3 player. Christina Aguilera, Hurt era a música... Chorei... Chorei muito. Porra, que saudade!
Descobri o quanto é bom viajar. Agora quero muito mais! rs
Vou ficando por aqui. Senti saudades dos blogs e dos blogueiros!
Abração a todos!!!
É bom estar de volta...
